terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Reencontro

Depois de anos, lá estava eu. Fazia já alguns meses que eu não dava umazinha e quando soube que ela estava por aqui, liguei. O telefone já não era o mesmo, mas o e-mail era. Tecnologia.
Fazia talvez 10 anos que não nos víamos. Eu, mais gordo, as entradas já formavam uma bela careca. Ela, com um vestido apertado que deixava ver as sobras embaixo do braço e por cima da calcinha. Ia sem sutiã. Peitos mais caídos, mas não muito. Imaginar os biquinhos duros me excitava, antes, talvez, me broxaria.
Eu trazia no bolso uma pílula azul. Vai que... Eu não podia perder a chance e menos ainda fazer feio.
Nos conhecemos ela devia ter 19, talvez 20. Era o melhor boquete do escritório, até botar aparelho nos dentes. Depois disso, nunca mais comprou carne moída. Cada vez que me chupava era dois ou três nacos do meu pau que se iam.
Não quis nada sério e por isso não se envegonhava de empinar a bunda e pedir que eu fosse mais fundo. Eu ia. Fui por uns anos, 1 vez por mês? Não, muito menos. Depois, ela foi embora. Disse que foi estudar, mas todo mundo sabia que foi casar com um velhote rico. Eu fiquei no mesmo emprego, saí da casa dos meus pais e agora, com quase 40, moro numa kitnet no Copan. Sempre adorei o bairro. Centro, fedido e cheio de putas.
Nos encontramos na república, fomos a uma padaria barata de esquina, frango a passarinho e cerveja. Era o que comíamos no motel, mas naquele tempo eu não bebia. Lembrava dela rindo porque eu não bebia e dessa vez iria beber todas. Se antes eu gostava quando ela se ria, aqueles dentes brancos, agora o amarelado do cigarro me enjoa. Coloquei a mão no bolso, ela riu. Achou que eu me masturbava, eu verificava se a pílula ainda estava lá. Estava.
Eu já quase alto e a mulher nada. Foi ao banheiro, tirou um pedaço de frango que insistia em ficar entre seus dentes da frente. Passou os braços em volta do meu pescoço e sentou mais perto. Vamos para sua casa?
Aquele perfume barato e o exagero de sua maquiagem me obrigaram a tomar uma dose de uísque. Meu bolso me obrigou a beber um nacional. Old Eight.
Deixei o apartamento arrumado, caixas de pizza empilhadas na porta da cozinha. Entrou e tirou a roupa. Desviei os olhos da calcinha e da barriga que caia por cima,  o cabelo com um penteado antigo, a boca vermelha, pescoço ainda claro e biquinhos já excitados. Era tudo que eu precisava. Suas tetas. Ela enfiou a mão na minha calça. Eu não precisaria de ajuda. Nem dela, nem famarcêutica. Tirei o pau para fora, ela ajoelhou, chupou como antes do aparelho, sem carne moída. Avisou que não podia passar a noite ali, que eu não gozasse na boca. Meu pau já não endurecia tanto, a cabeça tombava para esquerda. Era um pinto bêbado.
Foi de quatro. Meti, ela gritou. Era ainda a mesma voz, o gritinho falso, a visão que eu tinha dela de quatro era a mesma. A buceta, muito maior. Meu pau se perdia ali dentro.
Duas palmadas fortes, uma risada. Gozei.
Sem suor, sua respiração quase não mudara. Se vestiu e saiu.
Pouca coisa mudara. Eu tinha menos folêgo.

2 comentários:

  1. É seu ou do Gabriel esse texto? blog errado??

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  2. Engraçado... isso tem cara de crônica!!!
    A Livy agora escreve crônicas. Acho que a crônica busca recortar um fato da realidade, um fato que não precisa ser real, mas que tenha a possibilidade de estar sempre acontecendo, o de acontecer. A crônica busca recortá-lo e fazer disso um fazer literário... Não sou bom como teórico literário; mas gostei do texto! Agressivo, nu e cru!

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