sábado, 26 de setembro de 2009

Honduras e eu

Eu me impressiono em saber que amanhã, dia 28 de setembro, o golpe militar em Honduras comemora seu terceiro mês. Já não sei se me impressiona ou não a total omissão do Conselho de Segurança da Onu, talvez a omissão da França ao menos ainda me impressione. Principalmente depois da embaixada do Brasil ter a água, o telefone e a eletricidade cortadas, estar sob o cerco militar e ser alvo de gás tóxico, o Conselho continua calado. Clichés a parte, se acontecesse 1% disso em uma embaixada estado-unidense todo o exército do Tio Sam entraria no país bombardeando hospitais civis como eles vinham fazendo no Iraque.

Ao menos, o papel do governo brasileiro tem me deixado bastante orgulhosa nesse angu todo. Receber o presidente deposto e pedir apoio no Conselho são atos que, ao meu ver, mostram por aí uma certa autonomia do governo brasileiro frente aos seus novos colonizadores. E ainda, quem sabe, não mostre um resquiciozinho de esquerdice? Ainda que atrás de um discurso puramente democrático.

Ou talvez eu é quem esteja procurando pêlo em ovo.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Blogs

Será que todo mundo que escreve blogs lê também? E será que o meu é assim tão ruim quanto os que eu ando lendo?

Deve ser pior ;)

"Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou?
Ser o que penso? Mas penso tanta coisa!
E há tantos que pensam ser a mesma coisa que não pode haver tantos!
Gênio? Neste momento
Cem mil cérebros se concebem em sonho gênios como eu,
E a história não marcará, quem sabe?, nem um,
Nem haverá senão estrume de tantas conquistas futuras.
Não, não creio em mim.
Em todos os manicômios há doidos malucos com tantas certezas!
Eu, que não tenho nenhuma certeza, sou mais certo ou menos certo?
Não, nem em mim..." FP

Eita... Não dá nem para dizer que é uma questão pós-moderna...

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Filosofia da Lingüística

Hoje começamos na UFPR a assistir um novo curso sobre filosofia e história da lingüística. Por mais que discutir essas coisas seja um pseudo-sinal de amadurecimento, eu morro de preguiça de picuinha teórica.

http://www.youtube.com/watch?v=sF3cBUqw_vs

domingo, 20 de setembro de 2009

E lá vamos nós!

Hey pessoal.

Tem algo mais deprimente do que ver fotos antigas escutando Portishead ou Philip Glas? ;)
Talvez fazer isso com uma música de merda. Talvez vendo fotos p&b.
Enfim... Durante a viagem eu tive muitas vezes (as melhores vezes) a impressão de que eu estava indo para algum lugar só para conhecer uma pessoa específica. Foi realmente genial encontrar pessoas espalhadas pelo mundo que poderiam ter sido meus amigos a vida inteira mas que nasceram longe. De repente... a gente se encontra e eles se tornaram amigos de infância. =)

Voltar para casa significa também voltar para os amigos antigos. Aqueles que muitas vezes eu não tinha nada em comum, mas eram as pessoas que estavam ao meu lado quando eu precisava e vice-versa.

Voltar para casa depois de um ano também significa rever esses amigos depois de um ano... e talvez se dar conta de como tudo continua igual e genial, e talvez se dar conta de que agora as diferenças estão ainda mais profundas.

Ninguém é tonto (ou ninguém pensa ser suficientemente tonto) para imaginar que sem a gente, uma entidade superior apertaria o stop na vida dos outros. Mas também não estou muito certa sobre as estarmos preparados para ver mudanças que ocorreram lentamente ao longo de 12 meses assim de sopetão. Ás vezes me parece um solavanco ou um soluço.

Claro que talvez de todos esses amigos quem mais tenha mudado tenha sido eu. E, felizmente, mudei o suficiente para olhar com calma cada uma das pessoas com que eu convivia e tentar perceber o que é que mudou ou não. E se não mudou nada, como é que as pessoas encararam isso. Pode ser muito deprimente passar um ano inteirinho fazendo a mesma coisa, pegando o mesmo ônibus e beijando a mesma boca. Ou não. Pode ser muito legal aproveitar os vizinhos bacanas que temos, saber o nome do porteiro e ir construindo, devagar e quase sempre, uma intimidade com determinada boca.

Eu agora ando descobrindo as pessoas que precisei viajar para encontrar em casa. Uma casa tumultuada, mas sem muitos móveis. Pequena, mas cheia de fotos. Que foi grande o suficiente para acolher o mundo, mas que precisa de tempo e espaço para recolocar os amigos em ordem.

sábado, 12 de setembro de 2009

Hey everyone,

talvez eu volte a ter tempo de escrever por aqui de novo, já que vontade sempre tive. =)
Acabei de voltar pro Brasil e chove. Chove e chove. E muita gente perde a casa, o rio invade a rua e a prefeitura de SP fala que "não, não foi o rio que invadiu a rua! Foi a chuva que não conseguiu ser escoada pelo rio. A limpeza do tietê começada há 12 anos [começo do governo do PSDB por aqui] é um sucesso". Sucesso na tv, o rio é sujo e fedido e as pessoas têm leptospirose.

A gente fica fora e esquece que tem enchente, que a família é barulhenta e reclamona, que as calçadas são quebradas e que os carros não param na faixa de pedestre.
Mas ainda tem coxinha! Carinho da vó e gato que vem dormir com a gente na calada da noite ronronando. Agora tem até sobrinha que fala!

Voltar é realmente muito estranho. De repente, vc está aí... toda diferente, tendo visto tanta coisa e querendo contar... e as pessoas só querem saber se está tudo bem. Está! Mas é óbvio! Não esteve sempre?

E estranha porque não tem reciclagem... Porque o último capítulo da novela (que diga-se de passagem é uma caracterização mal feita, unilateral e não raramente preconceituosa que a população acha que mostra os valores da cultura indiana!) é o mais importante na noite de sexta... Porque a sobrinha fala, mas não fala "obrigada". Estranha porque ninguém tem tempo. Porque há filas (enormes!) para tomar o ônibus. E este é caro! Estranha, mas estranha sozinha!

No final das contas, é muito engraçado. Não é que a gente volta para casa pra não estar mais só?