sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Acknolegments

Eu gostaria de agradecer a tres grupos de pessoas.

O primeiro grupo diz respeito aos que continuam lendo meu blog, ainda quando o que escrevo seja literatura barata. Gostaria de dizer apenas que quando eu trabalho academicamente, eu tenho uma certa necessidade bizarra de escrever textos literarios (se eh que consideramos algo meu literario). No mais, contem: uma porcaria literaria, umas paginas de tese/artigo escritas. Obrigada por me lerem, jah que as coisas academicas ninguem le mesmo.

O segundo grupo eh o grupo de pessoas que leram e internalizaram o meu primeiro post do ano. Obrigada por se oferecerem para comprar meus cigarros. Isso significa muito para mim, uma moca tentando se viciar em algo que preste, finalmente.

O terceiro grupo eh o grupo de pessoas que assinam por Marina Legroski.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Reencontro

Depois de anos, lá estava eu. Fazia já alguns meses que eu não dava umazinha e quando soube que ela estava por aqui, liguei. O telefone já não era o mesmo, mas o e-mail era. Tecnologia.
Fazia talvez 10 anos que não nos víamos. Eu, mais gordo, as entradas já formavam uma bela careca. Ela, com um vestido apertado que deixava ver as sobras embaixo do braço e por cima da calcinha. Ia sem sutiã. Peitos mais caídos, mas não muito. Imaginar os biquinhos duros me excitava, antes, talvez, me broxaria.
Eu trazia no bolso uma pílula azul. Vai que... Eu não podia perder a chance e menos ainda fazer feio.
Nos conhecemos ela devia ter 19, talvez 20. Era o melhor boquete do escritório, até botar aparelho nos dentes. Depois disso, nunca mais comprou carne moída. Cada vez que me chupava era dois ou três nacos do meu pau que se iam.
Não quis nada sério e por isso não se envegonhava de empinar a bunda e pedir que eu fosse mais fundo. Eu ia. Fui por uns anos, 1 vez por mês? Não, muito menos. Depois, ela foi embora. Disse que foi estudar, mas todo mundo sabia que foi casar com um velhote rico. Eu fiquei no mesmo emprego, saí da casa dos meus pais e agora, com quase 40, moro numa kitnet no Copan. Sempre adorei o bairro. Centro, fedido e cheio de putas.
Nos encontramos na república, fomos a uma padaria barata de esquina, frango a passarinho e cerveja. Era o que comíamos no motel, mas naquele tempo eu não bebia. Lembrava dela rindo porque eu não bebia e dessa vez iria beber todas. Se antes eu gostava quando ela se ria, aqueles dentes brancos, agora o amarelado do cigarro me enjoa. Coloquei a mão no bolso, ela riu. Achou que eu me masturbava, eu verificava se a pílula ainda estava lá. Estava.
Eu já quase alto e a mulher nada. Foi ao banheiro, tirou um pedaço de frango que insistia em ficar entre seus dentes da frente. Passou os braços em volta do meu pescoço e sentou mais perto. Vamos para sua casa?
Aquele perfume barato e o exagero de sua maquiagem me obrigaram a tomar uma dose de uísque. Meu bolso me obrigou a beber um nacional. Old Eight.
Deixei o apartamento arrumado, caixas de pizza empilhadas na porta da cozinha. Entrou e tirou a roupa. Desviei os olhos da calcinha e da barriga que caia por cima,  o cabelo com um penteado antigo, a boca vermelha, pescoço ainda claro e biquinhos já excitados. Era tudo que eu precisava. Suas tetas. Ela enfiou a mão na minha calça. Eu não precisaria de ajuda. Nem dela, nem famarcêutica. Tirei o pau para fora, ela ajoelhou, chupou como antes do aparelho, sem carne moída. Avisou que não podia passar a noite ali, que eu não gozasse na boca. Meu pau já não endurecia tanto, a cabeça tombava para esquerda. Era um pinto bêbado.
Foi de quatro. Meti, ela gritou. Era ainda a mesma voz, o gritinho falso, a visão que eu tinha dela de quatro era a mesma. A buceta, muito maior. Meu pau se perdia ali dentro.
Duas palmadas fortes, uma risada. Gozei.
Sem suor, sua respiração quase não mudara. Se vestiu e saiu.
Pouca coisa mudara. Eu tinha menos folêgo.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Podando

De volta ao umbigo.

Hoje eu falei com quatro amigos com quem eu não falava há um tempããão.
Amigo é um negócio tão bão que eu revejo minha última foto.

 
àrvore na praça principal de águas de lindóia

E lembro aquele antigo jogador do corinthians: sê amigo daquele que tem as qualidades contrárias às tuas.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Avatar, clichês, tecnologia, capistalismo e linguística

Então né... fui ver o avatar no telão imenso do imax com óclinhos 3d.
Para o choque de alguns, eu não me senti rendida ao capitalismo ao fazer isso. Tá... quase dei para trás quando me entregarem aqueles óclinhos de plástico molengo porque, aí sim, vi chineses explorados pela mão de obra capitalista, mas enfin... fui ver porque tecnologia também é algo que me interessa, embora eu não goste de ficar acessando a net a partir de celulares no meio do congestionamento.
O negócio foi realmente incrível. As pessoas saíam da telinha, a fumacinha vinha na minha cara, os espíritos (que mais pareciam anêmonas) pareciam estar flutando na sala. Eu já tinha ido em cinemas 3d e naqueles que a cadeira mexe enquanto estamos de capacete, mas esse aí é imbatível. Agora eu quero ver qualquer porcaria nele.
Qualquer porcaria mesmo, porque se eu vi avatar, eu resisto a tudo. TUDO.
O filme é uma junção de todos os clichês do cinema-aventura americano. Monstros, bonzinhos, mocinhas, amor, tudo. Até aí, tudo bem, né. Uma hora isso se passa na segunda guerra, outra em NY atacada pelos marcianos, agora foi em um planeta distante com seres azulados. Mas, juro, esse filme passou dos limites. (Ou eu passei dos limites ficando um tempinho sem ver esse tipo de filme, desacostumei! Deveria eu voltar para o trono do último post?)
A mocinha é uma azul, ela fala a língua dos azuis, mas também inglês, porque (a-há!) ela teve aulas numa escola com uma cientista. Os cientistas estavam lá há 3 anos e nesses 3 anos conseguiram se aproximar da comunidade falando a língua deles e ensinar pros nativos inglês. O sil daria uma medalha de honra pra esses caras. Tá... daí o inglês da moça é capenga quando ela fala frases pequenas e de efeito, mas quando ela discursa sobre seu planeta, a vida, etc., o inglês é muito bom, praticamente sem sotaque.
Daí, o mocinho vai lá no planetinha em forminha azulzinha para fuder os aligienazinhos. Tudo bem. Um mocinho de cadeira de rodas, como a mocinha da novela da globo (estou dizendo que essa minha mania de ver conexões em tudo me faz mal). Ele tem 3 meses para fuder o planetinha e ganhar umas perninhas (que se mexam, porque ele tem as dele, mas elas são... inertes =)). O que ele faz nesses 90 dias? Vira um super guerreiro, aprende a língua, cavalga numa serpente voadora e ainda se apaixona pela mocinha e trepa com ela. 3 meses! Eu mal escrevo um artiguinho na minha linguazinha em 3 meses. (no comment a respeito sobre transar e se apaixonar, teríamos que usar outra unidade de medida)
Ah isso merece um comentário... os azuis têm forma humanóide, trejeitos humanóides, língua, sociedade, conceito de justiça, de prole, de hierarquia! Eles abraçam, beijam e trepam. Tudo igual aos humanos. Nessas horas a gente dá um ype ype uhu ao Matt Groening. Puxa vida.... Puxa vida!!!!!!!! Não conseguem imaginar ets diferentes de humanos.... Ou seria muito feioso pro grande público ver uma cena de amor com um ameba gosmenta comendo e cagando um minhoca espinhuda... Tudo é muito batido, previsível.
Olhem aí a mocinha.



Ela é filha do grande rei! Já tem um cara com quem vai casar e sabe atirar muito bem, no fim ela prefere ficar com o cara que veio da "civilização" e se encantou por seu mundo "exótico". Tal qual:


Tchanã!!!!!!

Olha... até a cara delas é parecida. A boquinha "vem cuidar de mim" e a postura "sou uma mulher independente, conectada com a natureza, mas tenho peitinhos". Ah não!

E os monstros? Todos saídos do magic, como lembrou um amigo meu.
Agora uma coisa que me faz voltar a um dos meus assuntos das férias: a Bolívia.
De acordo com o livro que eu ainda não terminei de ler e uma meia dúzia de blogs, o conceito de natureza, sociedade, comunidade, etc dos azuis é exatamente igual (ou muito próximo, para não enfurecer os  sociólogos e afins) ao dos povos originários na Bolívia (quechua e aymara). Olha... todo esse papo de conexão com a natureza, de que somos um só, retribuição do que se obteve, respeito aos antepassados, responsabilidade comunitária e não individual, tudo é igual. (OK, menos o sistema de hierarquia, mas isso é outra história.) 
Mas imaginem que feiosa a imagem de um indígena boliviano sendo morto por um tanque americano. Quase tão ruim quanto a ameba cagona.


Quando são dragões e navinhas fica mais bonito:


Eu fico cada vez mais impressionada com essa falta de incoerência.O filme com a maior bilheteria da história é uma metáfora do que os próprios americanos fazem por aí. Ou melhor, por aqui!

O que é também impressionante é como nem os bonzinhos humanos que viram azuis conseguem  se desvencilhar dessa ideologia americana de superioridade. O guerreiro bonzinho azul-humano aprende a língua em 90 dias, mas quando tem que falar com o povo, fala em inglês. Ele fala na língua local quando está fazendo os testes para ser aceito como membro da sociedade, depois acaba. Retoma os trejeitos rapper dele, transa em inglês, pede ajuda em inglês, manda em inglês. Uma coisa curiosa de linguista... os nomes dos personagens (Neytiri, por exemplo, nome da mocinha azul), ele fala com os fonemas do inglês mesmo quando falando na língua nativa. Isto é (imaginem), enquanto todos em língua nativa falam Neytiri com o R que falamos em português [carinho], esse idiota fala com o R de [sorry]. Até o nome do ser azul da vida dele é horrivelmente americanizado.

Bom, é isso. Fim. O filme termina como todos os outros. Não sei se para ver esse tipo de imbecilidade o meu problema é ser linguista ou de esquerda.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Para o Gabriéo

Ontem eu vi tv, vomitei e fui dormir.
Tv é algo como torresmo, vc tem que comer sempre para ir acostumando o corpo, se não fica com caganeira por três dias. Estou no segundo dia e tenho sorte de ter o laptop para poder escrever da privada.
Eu me questiono, no auge do meu trono, o que me provocou tal revertério. Os comerciais, a novela, o bbb, o jornal?
4 em cada 5 comerciais eram de carros. Mulheres de calcinha, homens lindos com mulheres gostosas que sorriam por sentarem-se em um confortável banco de passageiro, piadas sem graça, redução dos impostos (ah haha! que engraçado, vamos salvar o pais da crise econômica, fabriquem mais automóveis! essa era a piada mais sem graça de todas), fiat, chevrolet, hyundai, tudo nos pátios hoje de manhã esperando caras futuramente lindos ou famílias futuramente felizes.
Uma propaganda que chamou especialmente a minha atenção foi um comercial da vivo vendendo telefones para garotinhas de 5 anos com pais separados.
- Papai, vc não vai morar mais com a gente?
- Não, mas vou estar sempre perto! *joga um vivo qualquer modelo na mão da menina, abraços, pessoas sorridentes, compreensão, amor, carinho!, menininha andando no shopping e falando com o papai, menininha no ballet e falando com o papai*
Sério, foi incrível. Não têm vergonha de explorar o ponto fraco do mercado consumidor assim, na cara dura. Fiquei imaginando a próxima propaganda da vivo: vc vai pro Haiti, leve um vivo e preveja terremotos e afins.
Fomos para novela, eu ouvi uma sábia frase "As mães estão sempre do lado dos filhos. Dos filhos homens quando brigam com as mulheres e dos genros quando brigas com as filhas." Eu sei que a minha pragmática não é boa, mas eu juro que é uma proposição contraditória a menos que vc tenha muita boa vontade de interpretar a novela. Eu tenho pouca boa vontade. No entanto, concordo com essa última parte que foi comprovada pela minha mãe dizendo que não faria almoço só para mim caso um cara futuramente genro não viesse. Minha sorte é que hoje de manhã vou poder ver o programa da Ana Maria e aprender a fazer alguma comida antes do horário do almoço.
Com a novela das 8 eu me impressionei. É muito complexa! Da outra vez que vi a novela (no Natal), eu pude captar a essência essecialmente boa ou má dos personagens (não sou genial?) e agora está tudo trocado!!!!!!! A má ficou boa porque está paraplégica, a boa ficou má porque não está mais apaixonada pelo marido, o mau ficou bom porque se apaixonou pela paraplégica e o bom está deprimido na cama. Olha... quem pode acompanhar essa enorme quantidade de informações? A globo está se passando. No natal ela era plaraplégica, e hoje!!!!, já faz arranjos de flores e vai à praia com sua cadeirinha de rodas. "Olha só, sou de blogueira a paisagista", disse ontem a cadeiranta fake que antes era apenas uma modelo gostosa, fútil, rica e linda, mas infeliz. (Ela disse sem crase mesmo.) Pobrezinha!
Eu torço para nunca ficar paraplégica... o que acontecerá com as doutorandas gordas e pobres?????? Temo pelo meu futuro.
Ontem eu também temi pelo meu futuro quando vi que se aproximava o bbb. Eu estava certa que de ontem não passaria a descoberta sobre quem é o Dicésar ou o Dourado. Descobri. O primeiro é um gay que faz intriga pelas costas (que vocabulário lindo que eu ando aprendendo) e o segundo é um pit boy que ladra e talvez morda.
Olha... a linguista já saiu do bbb! E eu não pude vê-la, todo mundo disse que ela se parece comigo, mas eu quero deixar algo bem claro, uma orientanda do Borges é o oposto de uma orientanda do Raja. Logo, não somos parecidas, a não ser que uma de nós seja um espelho. Eu, aliás, me pergunto. Será que o Raja, com esse plano dele de linguística crítica e que atinja massas, está feliz com a aparição da orientanda dele no bbb? Será que ele acha que ela foi fofoqueira, intriguenta ou disse tudo na cara? Será que é legal ver sua orientanda de bíquini na tv?
Talvez se vc for orientanda do Raja, porque pensando nas orientandas do Borges, prefiro que fiquemos de roupa.
Bom, mudou-se o canal e fomos para a novela da record. Uma adolescente pedia atenção aos pais. Clique. Plástica dos famosos. Clique, globo repórter mostrando a útima descoberta de 10 universidades brasileiras (seriam elas a uniban, a unip, a uniandrade, a unibrasil, a unisul, a uninorte, a unileste, a uninove, a uniesquina, e a uni do carvena do dragão?) sobre como faz bem beber líquidos no verão.
Fiquei imaginando o quão acurada foi essa pesquisa já que o resultado saiu na globo, um dia antes do fim do horário de verão.
Bom, eu resisti e resisti, e vi o jornal. Ainda uma retrospectiva do Haiti, mais alguém que matou alguém, o governador do DF (DEM) mudando de sala no presídio (antes ele tinha uma sala de 40m², mais ou menos o tamanho do apartamento que morei com mãe, irmã e cachorra durante a minha adolescência, agora ele foi para um de 10m² sem banheiro, ele tem ainda um metro a mais do que eu tive quando morei na França para fazer parte do mestrado) e a notícia da noite: uma escola estadual nos EUA deu laptops para os alunos levarem para casa, era possível acessar a webcam à distância e vigiar os alunos mesmo quando estavam em casa. Claro, isso era apenas um dispositivo de segurança! Isso é tão absurdo que mereceria um post só para isso, mas minha situação de tronada fez a consideração mudar de tom. Eu me sentiria uma ridícula aqui desenvolvendo o porquê essa situação é inconcebível e como os estadounidenses são malucos, o problema verdadeiro foi a enquete que a globo colocou no site "Vc acha que a escola tem o direito de vigiar os alunos em casa?" O que?????? Estão malucos? Eu esperando um "assine vc também um abaixo assinado e envie ao governo americano mostrando sua respulsa contra a invasão de privacidade promovida por esta escola", mas não. Eles chegam a questionar o direito de alguém estar em sua casa e não ser vigiado 24h por dia. Repugnante. Depois, quando lembrei que na globo passa o programa chamado bbb, me aliviei. São pelo menos coerentes.
E eu fico aqui, tenho ainda um dia e meio de trono e já estou pensando se depois dessa regalia alguém vai me por no paredão.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Quarta feira de cinzas

T.S. Eliot

Parte I

Porque não mais espero retornar
Porque não espero
Porque não espero retornar
A este invejando-lhe o dom e àquele o seu projeto
Não mais me empenho no .empenho de tais coisas
(Por que abriria a velha águia suas asas?)
Por que lamentaria eu, afinal,
O esvaído poder do reino trivial?

Porque não mais espero conhecer
A vacilante glória da hora positiva
Porque não penso mais
Porque sei que nada saberei
Do único poder fugaz e verdadeiro
Porque não posso beber
Lá, onde as árvores florescem e as fontes rumorejam,
Pois lá nada retorna à sua forma
Porque sei que o tempo é sempre o tempo
E que o espaço é sempre o espaço apenas
E que o real somente o é dentro de um tempo
E apenas para o espaço que o contém
Alegro-me de serem as coisas o que são
E renuncio à face abençoada
E renuncio à voz
Porque esperar não posso mais
E assim me alegro, por ter de alguma coisa edificar
De que me possa depois rejubilar
E rogo a Deus que de nós se compadeça
E rogo a Deus porque esquecer desejo
Estas coisas que comigo por demais discuto
Por demais explico
Porque não mais espero retornar
Que estas palavras afinal respondam
Por tudo o que foi feito e que refeito não será
E que a sentença por demais não pese sobre nós
Porque estas asas de voar já se esqueceram
E no ar apenas são andrajos que se arqueiam
No ar agora cabalmente exíguo e seco
Mais exíguo e mais seco que o desejo
Ensinai-nos o desvelo e o menosprezo
Ensinai-nos a estar postos em sossego.

Rogai por nós pecadores agora e na hora de nossa morte
Rogai por nós agora e na hora de nossa morte.

Tradução de Ivan Junqueira, do original:
Collected Poems 1909-1962, para a
Editora Nova Fronteira em 1981.

 

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Arte na rua

Pronto!
Isso que eu entendo por arte na rua.



Triste p.s.: Estão reformando o prédio à esquerda. Ele era meu segundo favorito de toda São Paulo (agora me junto ao Tiago contra o novo).

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

MASP

Finalmente um post que foge um pouco do Sr. Meu Umbigo.

Na terça, eu fui até o MASP aproveitar a franqueza da entrada. Fui para ver o Chagall e quase me recusando a ver a exposição de arte de rua. Não porque é arte de rua, mas porque me cansa demais essa coisa de "rua no museu". Rua no museu? Em um museu cuja entrada é 15 reais? Ah... é demagogia demais.
O que me parece mais interessante são esses projetos de levar música erudita na favela com um maestro razoável que explique o que um carinha do século XIX láááá na Europa queria dizer, que brinque com os instrumentos, etc.
Hoje eu vi na sala Olido uma apresentação de música erudita para deficientes mentais. Foi tão genial. No fim, todos estavam regendo com o maestro em suas cadeirinhas. Eu acho inclusão social na arte um negócio incrível.
Acontece que eu tive duas surpresas muito boas lá no MASP. Uma foi um documentário do Roberto d'Ávila e do Walter Salles sobre o Chagall (tudo bem... ele é o querido do meu coração junto com o Vincent ;)) e outra foi um paulistano um pouco maluco chamado Stepahn Doitchinoff que participava da exposição de arte na rua.
Esse cara tem uma estética que muito me agrada e um projeto de intervenção urbana genial. Fiquei bem feliz mesmo só de lembrar que nessa terra onde tubarões valem milhões tem gente que ainda faz coisa legal.
O resto da exposição de arte na rua foi um pouco demais para mim. Tudo meio gritante, grande, colorido. Tudo isso, pensei, faria sentido se estivesse na rua. Não aqui dentro do museu. Esse bando de vermelho e azul não brigam mais com o cinza dos prédios e sim com um branco-hospital do museu. Fake, total fake. Ainda tinha uma paredinha onde os visitantes dos primeiros dias puderem se expressar e eu achei bem no alto uma inscrição tímida "arte de rua só faz sentido na rua". Voilà.
Enfim, dos outros caras da exposição de rua, também gostei de um segundo. Daniel Melin. Ficam por aí os links para quem não pode ir nas exposições (e fica também o convite básico para os meus amigos de irem, ficarem na casa da minha mãe e o blá blá blá conhecido já).
Quanto à exposição do Chagall, bom... Era uma exposição de gravuras, litografias, etcs. Não tinha nenhuma das grandes pinturas dele, mas até a unha do dedão desse cara me emocionaria. Infelizmente, não achei o documentário da vida dele para postar aqui, mas ver a relação da vida dele e da arte dele é algo que me fez sentir boa partes das sensações que eu conheço.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

A imensa capacidade de apreensão da religiosidade por parte das moçoilas dos dias atuais

       - Peraí, vou até o São José pedir um marido.

Vó - Tá bom, mas não sei se vai funcionar.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

A imensa capacidade de interpretação de metáforas e compreensão do simbólico dos avós dos dias atuais

Vó - Eu não gostei desse doce. (doce de feijão azuki)
 
   - É, mais fede do que cheira para mim.

Vó - Ah... Eu não cheirei.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Botero

Eu ando naquela mania pós-moderna (sabe-se lá o que é isso) de pensar nas mesmas coisas tentando achar diferentes óculos, ando misturando tudo, pondo lé com cré num imenso liquidificador e achando conexões entre tudo que penso.
Meus maravilhosos assuntos de férias: literatura, arte, sexo, bolívia e academia.
O resumo das minhas epifanias é um casal transando na academia com toquinhas bolivianas. De repente, menos zoom. E a imagem se torna a capa de um livro de arte. O casal era dois gordinhos com pelos nos suvacos.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Literatura

Algo tem me deixado feliz, algo que já deveria ter acontecido há muito tempo, mas cada um tem seu tempo, dizem.
Finalmente eu consigo ler alguma literatura moderna/contemporânea sem achar uma grande bosta generalizada. Agora acho bostinhas individuais ou super obras geniais. Se antes eu enfiava irmãos campos, pound, dalton trevisan e bukowski tudo no mesmo saco, agora eles estão numa pratileira (imaginária, claro! meus livros continuam todos no chão) separados pelo meu gosto pessoal completamente arbitrário.
De tudo que eu ando lendo, acho que vale a menção ao Zero, do Ignácio de Loyola Brandão. Me dá bons arrepios quando eu vejo alguém que não pontua os textos com uma boa razão para isso.
Outro que anda me dando bons arrepios, é a pedreira:


Não fosse isso e era menos,
não fosse tanto e era quase.

*Vou procurar o catatau e uma marreta.*

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Livy de férias

Hoje, enquanto eu me irritava na fila do mercado, eu li a Veja. Falava sobre as maldades do Chávez contra a democracia.

Me desirritei. Da fila.

À noite, irmãos Cohen.

Política para se desligar do umbigo.
Arte como catarse.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Na academia

- Oi, amiga!
- Oi, querida! Ta sumidinha!
- Pois e, mudei de horario!
- Ah vc faz falta, gata!
- Pois e, eu tambem nao gosto do novo horario. Nao converso com ninguem e ficar fazendo aparelho sem ninguem e chato.
- Verdade. A gente pensa muito dai.
- E bem isso, amiga! Eu fico la so pensando! Ta ate me fazendo mal.

(transcrição exata, JURO!)