sexta-feira, 30 de março de 2018

quarta-feira, 21 de março de 2018

Morte 1

Eu também sou poeta
Mesmo que dos piores
Mesmo que dos que se repetem

Dos que já nascem tortos
Dos que têm coração do tamanho do mundo
Dos que acham que tudo vale a pena

Eu também sou poeta
Mesmo quando não tenho voz
Quando já não sei o que dizer
Quando a impotência compete a vulnerabilidade

Mesmo quando eu não quero
Ainda sou poeta
Quando não há peito, não há palavra
Quando não há sentido

Dos piores sim
Mas dos que insistem em falar
Ainda que não se saiba o que

Instaurou-se o caos
Estamos todos perdidos
Seremos calados ou mortos

E não parece haver o que fazer