domingo, 20 de setembro de 2009

E lá vamos nós!

Hey pessoal.

Tem algo mais deprimente do que ver fotos antigas escutando Portishead ou Philip Glas? ;)
Talvez fazer isso com uma música de merda. Talvez vendo fotos p&b.
Enfim... Durante a viagem eu tive muitas vezes (as melhores vezes) a impressão de que eu estava indo para algum lugar só para conhecer uma pessoa específica. Foi realmente genial encontrar pessoas espalhadas pelo mundo que poderiam ter sido meus amigos a vida inteira mas que nasceram longe. De repente... a gente se encontra e eles se tornaram amigos de infância. =)

Voltar para casa significa também voltar para os amigos antigos. Aqueles que muitas vezes eu não tinha nada em comum, mas eram as pessoas que estavam ao meu lado quando eu precisava e vice-versa.

Voltar para casa depois de um ano também significa rever esses amigos depois de um ano... e talvez se dar conta de como tudo continua igual e genial, e talvez se dar conta de que agora as diferenças estão ainda mais profundas.

Ninguém é tonto (ou ninguém pensa ser suficientemente tonto) para imaginar que sem a gente, uma entidade superior apertaria o stop na vida dos outros. Mas também não estou muito certa sobre as estarmos preparados para ver mudanças que ocorreram lentamente ao longo de 12 meses assim de sopetão. Ás vezes me parece um solavanco ou um soluço.

Claro que talvez de todos esses amigos quem mais tenha mudado tenha sido eu. E, felizmente, mudei o suficiente para olhar com calma cada uma das pessoas com que eu convivia e tentar perceber o que é que mudou ou não. E se não mudou nada, como é que as pessoas encararam isso. Pode ser muito deprimente passar um ano inteirinho fazendo a mesma coisa, pegando o mesmo ônibus e beijando a mesma boca. Ou não. Pode ser muito legal aproveitar os vizinhos bacanas que temos, saber o nome do porteiro e ir construindo, devagar e quase sempre, uma intimidade com determinada boca.

Eu agora ando descobrindo as pessoas que precisei viajar para encontrar em casa. Uma casa tumultuada, mas sem muitos móveis. Pequena, mas cheia de fotos. Que foi grande o suficiente para acolher o mundo, mas que precisa de tempo e espaço para recolocar os amigos em ordem.

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