segunda-feira, 24 de outubro de 2016

A conversa que não houve

Essa noite começou assim.
Uma vela, um cigarro.
Um esquerdo quebrado.
Mil tentativas, vela e fogo.
Falicamente, o esqueiro acende
o cigarro.
de primeira.
Decido:
escreverei tudo o que penso em um cigarro.
Ocorre-me, no entanto, que a noite é melhor prazo.
Afinal, eu penso tanto.
Empunho a tocha,
Aproximo a cera
Alumia-se!
Como tinha de ser.
O pavio vermelho dá-me esperança
Eu hei de acender a vela?
Vai, força, ascende!
Um pauzinho em chamas arde.
A base queima rapidamente.
Ele entorta e cai.
Eu penso em desistir
da noite, da poesia, do moço.
Mas fica feio.
Você desiste demais, they say.
Uma investida mais!
Nada!
Ok.
Eu tentei.

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