Eu também sou poeta
Mesmo que dos piores
Mesmo que dos que se repetem
Dos que já nascem tortos
Dos que têm coração do tamanho do mundo
Dos que acham que tudo vale a pena
Eu também sou poeta
Mesmo quando não tenho voz
Quando já não sei o que dizer
Quando a impotência compete a vulnerabilidade
Mesmo quando eu não quero
Ainda sou poeta
Quando não há peito, não há palavra
Quando não há sentido
Dos piores sim
Mas dos que insistem em falar
Ainda que não se saiba o que
Instaurou-se o caos
Estamos todos perdidos
Seremos calados ou mortos
E não parece haver o que fazer
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