quarta-feira, 21 de julho de 2010

oh mãe cruel!

No tubo, esperando o ônibus. Um cara branco, bonito, sorridente, conversando com seus amigos também brancos, bonitos, sorridentes.

De verde, minha cor favorita em caras brancos e bonitos, principalmente sorridentes e conversando com seus amigos também brancos, bonitos e sorridentes.

Então, reparo em sua mochila verde também. Minha cor despreferida em mochilas de caras brancos e bonitos e sorridentes. Medicina - UFPR. O cara está no topo da cadeia alimentar. Tem suas pernas ágeis prontas para correr, seu pêlo brilhante e dourado, sua juba que atraí toda e qualquer fêmea, a mochila verde. Imagino o rugido e me doem os ouvidos.

Então, entra um coelho.

Um cara negro, feio (será?), de ombros arqueados, sozinho. Uma bolsinha a tiracolo verde. Técnico em enfermagem, PUCPR.

Ainda que a mãe natureza seja uma só, e que hajam leões e coelhos, e que não seja culpa dos leões serem leões ou dos coelhos serem coelhos... Ainda assim, como não simpatizar com o coelho?

2 comentários:

  1. Eu compartilho da simpatia, mas devo dizer que um estudante da PUC não me parece fazer o papel de um "consumidor primário" na nossa "cadeia alimentar"... =) !!!

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  2. Livy, gostei do condesamento de temas complicados e do tom de fábula. lá em Maringá, uma vez, vi pixado no banheiro: "UEM a serviço da classe dominante". Não que tenha exatamente a ver, não que tenha a ver... sei lá.

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