terça-feira, 19 de abril de 2016

Espaço


Falta espaço
Falta vermelho
E uma serpente



domingo, 10 de abril de 2016

Ciaos

já posso falar?
já posso sentir?

< respira \ >

o céu azul é o mesmo céu, anywhere.
4:20 flying time
for everyone.

Meus cabelos mais verdes
Dos seus olhos mais amarelos.

Ou talvez não seja nada disto.
Talvez você nem nade no lago
Talvez você nem peça quattro fromaggi.
Talvez você não vá no show.
Talvez, só talvez, você não fale.
Não sinta.

Não sinta a pressurização.
A vida é um avião  
A pressão lá fora
E aqui
E aí
E lá
E onde
E quando
Sem por quê.

já posso falar?
já posso sentir?

< respira \ >

Já posso sentir
sua cabeça entrando embaixo da minha saia
meus cheiro e sabor, 
tua, a fome.

A fragilidade tão bruta quanto falsa.
O encaixe forjado e o alforje encaixado
Você parte a galope.
Eu parto o pudim.
Esfrego o pudim embaixo da saia
Meto o pudim onde sua língua...
O pudim de leite
Forminha de isopor
Com a colherinha plástica, o pudim preenche
Sacia uma fome que não era minha
mas agora é.
Uma fome que só os dedinhos do Joãozinho entendem.
Uma fome plena e verdadeira.
Uma fome dentada.
Uma fome de bruxa.

Eu grito, gemo, rio.
Você goza.

Ela gospe, ela gosta
mais de você do que dos seus filhos.
Aberta, ela murmura
quantos 'quente' há?
e rie-se toda quando você a esquenta,

Derreto-me literalmente.
Derrete-me linguisticamente
Que eu computo suas línguas e traços 
inteligentemente artificial.

Intensa, você me disse.
Pulchra, você me disse.
Buon giorno, você me disse.

Posso tirar a roupa?

Vai, me diz uma coisa bonita.
E engraçada, destas coisas que você diz.

Posso tirar a roupa?

A roupa, os óculos, as calças e alicates dentados
Pode tirar as maneiras, as obrigações e os sapatos.
Tira a roupa e derrete
O último calor dos trópicos.
Dos 'quente', você hoje perde um.
E eu, ganho.

Significados.